segunda-feira, dezembro 23, 2013

Existência

Se eu te contasse o que não sinto, chamar-me-ias de pobre. De espírito e de sentimentos. Acusar-me-ias de frieza e crueldade. De indiferença, de inércia. Mas, felizmente, tenho apenas para te contar do que sinto, porque só isso existe. Porque só o que se sente é que existe...

sábado, dezembro 14, 2013

Esperança

Fala-me do o que estas a pensar.
Do que penso agora?
Sim, do que te vai no pensamento
Esperança!
Esperança?
Sim esperança, porque não?
Então porque a esperança não é racional, é do coração!
Do coração? Explica-me lá isso!
Esperança é, ou não é, esperar por aquilo que, em princípio, não vai chegar?
De certa forma sim, mas não só. Esse, diria eu, é o cúmulo extremo do conceito de esperança.
E faz sentido esperar pelo que não vêm?
Talvez não!
Talvez?
Sim, talvez! A esperança não é universal mas subjectiva.
Dizes, então, que o sentimento de esperança depende do sujeito!?
Sim! Esperança é um misto de motivação, de desejo, de amor e de fé.
E isso tudo pertence, ou não, ao coração?
Parece que sim...agora, por exemplo, espero que me beijes.
Isso não é esperança!
Não?
Pois não! Isso é batota!
Como assim?
Isso é saber o futuro...


segunda-feira, dezembro 09, 2013

Quote #8

A solidão não é viver só, a solidão é não sermos capazes de fazer companhia a alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós, a solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja, é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz. "

(José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis)

terça-feira, dezembro 03, 2013

Quote 7#

" Foste tu que me me meteste nisto e depois desapareceste. Tenho saudades tuas, do teu génio, do teu riso, das tuas brincadeiras de palavras. Tu nunca foste bem deste mundo, e agora, dizem-me, retiraste-te de vez, para sempre. "

(Pedro Paixão, Asfixia)

domingo, dezembro 01, 2013

Quote #6

" Palavras que disseste e já não dizes, 
 palavras como um sol que me queimava, 
 olhos loucos de um vento que soprava
 em olhos que eram meus, e mais felizes.

 Palavras que disseste e que diziam
 segredos que eram lentas madrugadas,
 promessas imperfeitas, murmuradas
 enquanto os nossos beijos permitiam.

 Palavras que dizias, sem sentido,
 sem as quereres, mas só porque eram elas
 que traziam a calma das estrelas
 à noite que assomava ao meu ouvido...

 Palavras que não dizes, nem são tuas,
 que morreram, que em ti já não existem  

 — que são minhas, só minhas, pois persistem
 n
a memória que arrasto pelas ruas. "

(Pedro Tamen, Tábua das Matérias)

Quote #5

" Não sou nada.
  Nunca serei nada.
  Não posso querer ser nada.
  À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. "

  (Álvaro de Campos, Tabacaria)

Revisited #1

  Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...