Quantas pessoas podem realmente dirigir-se a alguém, de verdadeira forma, como eu me dirijo a ti, meu amor? Andei a pensar, tu bem sabes como eu, bem ou mal, penso muito, que o amor entre duas pessoas é uma coincidência feliz e, para mim esta não é óbvia, não é algo assim tão fácil de acontecer. Quanto te vi fiquei encantado. Nesse momento, quais são as probabilidades de que tu tenhas em ti o potencial suficiente para, mais cedo ou mais tarde, te encantares por mim também? Com tantos milhões de pessoas no mundo, porque haverias tu de te apaixonares por mim? Compreendes o que quero dizer? Será assim tão expectável que, quando se gosta de alguém, essa pessoa tenha o potencial para gostar de nós? Estou já assumir que, posteriormente ao encantamento inicial, existe alguma luta, algum cortejamento e promessas eternas: ninguém se atira a ninguém de cabeça desprotegida, sem uma prova mínima da seriedade dos sentimentos da outra pessoa. Não compreendo como é que isto, afinal, funciona. Julgo que o amor é sinónimo de acaso caótico que, na sua maioria das vezes, com algum esforço mínimo e alguma dedicação, termina ordeiramente de forma feliz. Aliás, o amor é mais que isso. A amor entre duas pessoas é a determinação do aleatório, é a organização que surge do desorganizado e do imprevisível. O amor são as rectas pontiagudas que nascem inesperadas de um novelo atrapalhado de lã. É uma agulha encontrada, perdida num denso palheiro com problemas de personalidade. Assim, o meu amor por ti teve a sorte, a grande sorte, esse grande acaso no meio de milhões e milhões de semelhantes acasos que, nesse mesmo momento, surgiram por todo o Mundo, por todo o Universo até, de ser respondido pelo teu. Haverá melhor representação material do conceito de sorte, do que a concretização do amor entre duas pessoas? Fantástico! Que coincidência feliz é o amor correspondido! Amo-te! Se sou um sortudo? Sou pois...
sexta-feira, julho 26, 2013
Revisited #1
Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Já te disse isto hoje? E ontem, contei-te? Perco-me na minha própria repetibilidade sistemática, onde procuro arranjar maneira de te contar ...
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Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Pergunta-me se ainda és o meu fogo se acendes ainda o minuto de cinza se despertas a ave magoada que se queda na árvore do meu sangue Pe...