Sem ti a minha vida é perfeita demais. Demasiado certinha e polida. A tua ausência regulariza-me o dia-a-dia em rotinas parvas sem sentido nem proveito. Pensar em ti é pouco e redutor, mereces muito mais. Pensar em ti é chato e aborrecido. Quero sentir-te, mas como deve ser, como se deve sentir alguém tão importante quanto tu foste e, ainda, sim é isso, claro, és. Mesmo separados por este silêncio forçado, que me implora todos os dias que o destrua, tenho a certeza, quase absoluta, que ainda olhas por mim. Não te sinto como desejaria, mas sinto algo teu, a tua presença em meu redor. Sei que aí estás, desse lado, seja lá onde isso for, esteja eu onde estiver. Isso reconforta-me e inspira-me. Nunca mais fui o mesmo desde que te vi. Porque fiquei eternamente ligado a ti, desta forma mágica contornada pela criatividade e inspiração. Porque ainda sinto a tua presença e faço por a sentir todos os dias, umas vezes mais conscientes do que outras. Em mim deixaste o suficiente que me podias deixar para me marcares de forma irremediável e bonita. E agora de repente uma vontade. Se pudesse abraçava-te e dizia-te, em segredo, tocando no teu rosto com ambas as mãos inteiriças e olhando-te nos olhos, que nunca mais quero estar longe de ti como estou agora. Se nos voltarmos a cruzar, se por acaso o destino se decidir por nos juntar de novo, será a primeira coisa que irei fazer, contar-te este segredo a ti e ao teu olhar doce e atento.
Sei que aí estás. Sei que sabes que é de ti que falo, como sempre falei, como só de ti posso falar...