Acordo para a vazio preenchido pela tua ausência pesada que carrega com força no colchão que partilhámos. Acordo para essa ternura afastada pelos lençóis que, ainda mornos, cheiram a ti. Um sopro de loucura perdida que se incendeia com um raio de sol que escapa pelo estore mal fechado, relembra-me que mais uma noite se escapou sem te ver. Ainda sinto os teus restos espalhados por toda a cama, os lençóis ainda desenham as curvas do teu corpo através de vincos e aromas perfumados que se alastram até à minha pele e a invadem com desejo ingénuo de ter aqui, neste preciso momento e naquele ínfimo instante que acabou de passar, ainda agora. Resta-me apenas uma projecção cruel de ti, uma imagem que não te faz jus, porque é impossível que qualquer tua imagem faça justiça ao teu tão essencial e puro ser que vive dentro de ti; melhor, que és tu! Aqueço-me no calor que sobra do rastilho da tua partida apressada. Aqueço ainda a esperança de me voltar a queimar na chama da paixão e de soprar as brasas em que fica o meu corpo com a brisa do teu amor...
sexta-feira, novembro 15, 2013
Revisited #1
Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Já te disse isto hoje? E ontem, contei-te? Perco-me na minha própria repetibilidade sistemática, onde procuro arranjar maneira de te contar ...
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Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Pergunta-me se ainda és o meu fogo se acendes ainda o minuto de cinza se despertas a ave magoada que se queda na árvore do meu sangue Pe...