Ainda me sobras em todos os finais de dia em que te tenho em demasia. Continuas em overdose onde já devias estar diluída. Ainda tenho excesso de ti em mim, na carne que me faz vivo, nos pensamentos que me fazem existir. O bafo ardente que expiro é um concentrado gasoso de ti; diante do espelho frágil com qual recordo o já lá vai, atrás de mim, atrás de nós, condenso-te nele, desenhando-te o recorte suado do rosto projectado com os dedos cansados que um dia te beijaram a pele. Mas em ápices apressados, evaporas-te sempre. Perco-te assim, e de repente, para a entropia abstracta do ar aflito em apuros. É nesse caótico mexerico que tento reencontrar-te, vezes sem conta, inspirando-te a torto e a direito, num zig-zag constante seguindo à confiança, e às cegas, fio condutor do teu aroma primal com o qual me tornaste teu servo e indiferente ao resto do Mundo. E é assim que regresso, enfim, ao vício doentio de te sentir à bruta, contagiado com infatigável teimosia que me faz uma vez mais tropeçar, sem reacção e de cara chapada, para a profunda quarentena que desgraçadamente reconheço tão bem. Venha ela, vamos lá a isso então, siga!
quarta-feira, fevereiro 11, 2015
Revisited #1
Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Já te disse isto hoje? E ontem, contei-te? Perco-me na minha própria repetibilidade sistemática, onde procuro arranjar maneira de te contar ...
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Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Pergunta-me se ainda és o meu fogo se acendes ainda o minuto de cinza se despertas a ave magoada que se queda na árvore do meu sangue Pe...