Se acordares um dia para mim, eu serei teu nesse instante. Tal como os pássaros são da manhã que nasce todos os dias, eu serei teu sempre que nasceres para a realidade aumentada dos sonhos que partilhamos. Hoje estou de vigília. Quero estar de olhar atento para qualquer tropeção que possas dar durante o teu sono. Quiçá ele te faça cair para o mundo real onde eu vivo e onde tu vives também mas de forma dormente. Podia acordar-te, pois podia, mas tens um péssimo mal acordar, não arrisco. Hás-de levantar-te, tal como todos os dias acabam por chegar, tu também irás voltar a existir radiante e os pássaros voltarão a cantar para ti e o vento voltará a tornear o teu corpo. Contudo, a seguir ao dia segue-se a noite e o ciclo repete-se. Não há nada que dure para sempre, a não ser a eternidade de nada durar eternamente. Não me quero preocupar com o vento que soprou ou com o vento que soprará amanhã, mas sim com o vento que sinto agora na cara e me embala a alma com frescura. O sol que me bronzeia o corpo nu com felicidade e prazer, o sol que sinto agora, neste instante, de forma escaldante, é este o sol que me interessa, não o que brilhará, certamente, amanhã, nem o que se apagou na noite passada quando adormeceste. Quero-te, sim, mas agora, não num futuro incerto sob o qual não tenho controlo! Quero-te neste presente que ambos sentimos, nessa única dimensão que existe para mim. Não desisto! Quero querer-te sempre em cada instante que se faz com o passar do tempo, até ao fim, até o teu acordar, até ao teu amanhecer...
sexta-feira, junho 21, 2013
Revisited #1
Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Já te disse isto hoje? E ontem, contei-te? Perco-me na minha própria repetibilidade sistemática, onde procuro arranjar maneira de te contar ...
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Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Pergunta-me se ainda és o meu fogo se acendes ainda o minuto de cinza se despertas a ave magoada que se queda na árvore do meu sangue Pe...