sexta-feira, junho 21, 2013

Amanhecer

Se acordares um dia para mim, eu serei teu nesse instante. Tal como os pássaros são da manhã que nasce todos os dias, eu serei teu sempre que nasceres para a realidade aumentada dos sonhos que partilhamos. Hoje estou de vigília. Quero estar de olhar atento para qualquer tropeção que possas dar durante o teu sono. Quiçá ele te faça cair para o mundo real onde eu vivo e onde tu vives também mas de forma dormente. Podia acordar-te, pois podia, mas tens um péssimo mal acordar, não arrisco. Hás-de levantar-te, tal como todos os dias acabam por chegar, tu também irás voltar a existir radiante e os pássaros voltarão a cantar para ti e o vento voltará a tornear o teu corpo. Contudo, a seguir ao dia segue-se a noite e o ciclo repete-se. Não há nada que dure para sempre, a não ser a eternidade de nada durar eternamente. Não me quero preocupar com o vento que soprou ou com o vento que soprará amanhã, mas sim com o vento que sinto agora na cara e me embala a alma com frescura. O sol que me bronzeia o corpo nu com felicidade e prazer, o sol que sinto agora, neste instante, de forma escaldante, é este o sol que me interessa, não o que brilhará, certamente, amanhã, nem o que se apagou na noite passada quando adormeceste. Quero-te, sim, mas agora, não num futuro incerto sob o qual não tenho controlo! Quero-te neste presente que ambos sentimos, nessa única dimensão que existe para mim. Não desisto! Quero querer-te sempre em cada instante que se faz com o passar do tempo, até ao fim, até o teu acordar, até ao teu amanhecer...

Revisited #1

  Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...