Efectivamente, sim senhor, não o nego com a mesma veemência atroz com que desminto aos céus essas verdades escondidas, recalcadas, subjugadas aos factos, esses raivosos cães e danados que, devorando a realidade, a controlam com as trelas de aço presas nos dentes aguçados. Ui mas é mesmo assim, não há forma de escapar a essa perseguição, quatro patas são mais e melhores que dois pés descalços e sem hábito no solo grosseiro. A pele rasga, o sangue derrama, as vísceras respiram o ar poluído pela poeira e suor da debandada. Não só creio, observo igualmente a violência encarnada com que te estripam as ideias e as lavam em seguida. Dizem que estão sujas, dizem que é para teu bem. Macabro é esse limpar que te deixa oco e cego e faminto de conhecimento e de crítica. Aguenta, meu bem, a fricção da lavagem, grita, ruge até que o eco se sobreponha a ti e te amedronte. Chora, ri-te do insólito e do desconhecido. Brinca com ele, contigo, com todos. Faças o que fizeres, distrai-te, tudo irá passar, a seu tempo: tempo da evolução negativa, do passo atrás, do castramento das ideias e opiniões, da individualidade intelectual. Aguenta meu bem, aguenta, o pai está aqui...
terça-feira, fevereiro 04, 2014
Revisited #1
Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Já te disse isto hoje? E ontem, contei-te? Perco-me na minha própria repetibilidade sistemática, onde procuro arranjar maneira de te contar ...
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Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Pergunta-me se ainda és o meu fogo se acendes ainda o minuto de cinza se despertas a ave magoada que se queda na árvore do meu sangue Pe...