E quanto tapavas a vergonha do rosto com uma almofada quando eu te dizia que eras linda, lembras-te? Eu lembro! Ficavas uma ternura quando coravas; uma delícia de carinho embrulhado em lençóis com suaves tons de rosa. Voltava a elogiar-te enumeras vezes só para te ver abraçar a almofada ainda com mais força. Às vezes era um peluche qualquer; lembro-me de uma vaquinha simpática que tinhas perdida pela cabeceira da cama. De vez em quando, lá vinha o bovino de tecido fazer tempo de antena diante da câmara do computador. Sempre adorei esse teu lado infantil. Ficavas constrangida e sem jeito. Eras magnífica sem jeito algum! Foi por essa simplicidade inicial que me apaixonei quem nem um parvo entusiasmado. É essa tua candura que ainda guardo numa caixinha de recordação quente. Não está escondida, nem sequer a uma chave trancada. Tem somente à volta um cordão de saudade e sem nó complicado, não vá o seu conteúdo perder-se por infortuna razão. É apenas o que é: uma ponte para um passado feliz que não me arrependo de ter partilhado contigo; não tenho vergonha, não preciso de almofada para me esconder sempre que a ele regresso...
sexta-feira, março 28, 2014
Revisited #1
Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Já te disse isto hoje? E ontem, contei-te? Perco-me na minha própria repetibilidade sistemática, onde procuro arranjar maneira de te contar ...
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Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Pergunta-me se ainda és o meu fogo se acendes ainda o minuto de cinza se despertas a ave magoada que se queda na árvore do meu sangue Pe...