terça-feira, março 19, 2013

Liberdade

E assim te vejo e te respiro fugazmente como uma brisa que foge com o vento apressado. Encontrou-te neste reencontro de sentidos partilhados de forma eterna e desproporcionada. Ao mar, aqui ao lado, invejo-lhe a teimosa persistente de ficar em terra. As suas tentativas onduladas de viajar pelo seco desconhecido, morrem sugadas pela areia oca em secura permanente e rápida. Tal como eu, ambos tentamos alcançar algo que sistematicamente não conseguimos atingir. Corremos mas o chão escorrega, encerrando-nos virtualmente numa constância espacial tripartida pelo espaço imobilizado. Sopro a favor da corrente do vento, tento contrabalançar-me sem cair. Estou preso, de facto, eis a minha iluminação. Estou preso à esperança de te alcançar e à fé solitária que tem vindo a trilhar caminho por mim. Apercebo-me que não pretendem acompanhar-me mais. Para partir, para retomar a viagem em direcção a esse desconhecido medonho, terei que as deixar, mas antes, é impreterível que me desamarre delas. Não é fácil. Já alguém dizia que a esperança é a última a morrer, mas eu terei que sobreviver sem ela. Serei uma excepção? Lutarei por isso. Tenho que ser excepção. Já está, o grilhões estão desbloqueados. Foi fácil, mais fácil do que pensava. Tão fácil que me faz envergonhar. Deixo a esperança aqui caída abraçada à fé de te ter. Elas safa-se-ão sozinhas sem mim... Estou, assim, liberto em liberdade libertadora, avanço, com medo, mas com entusiasmo. Estou com pressa, tenho que ir, não há mais tempo, acabarei este texto quando voltar, se voltar...

Revisited #1

  Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...