Abraça-me. Abraça-me com força. Dá-me mais 5 minutos do teu aroma suave, do teu calor aveludado, da tua pele macia, não me largues já. Ai...não quero mais sair daqui, deixa-me abraçar-te para sempre. Brinco. Bem sei que não posso, que não me pertences, que o meu coração não está em ti. Porém, tu estás aqui e aqui. Não me vês mas acabei de apontar para o meu peito e para a minha cabeça. Estarás sempre lá, de forma omnipresente em ambos os lugares. Abraça-me com mais força, ilude-me de que tens medo de me perder e que por isso não me queres deixar ir embora agora. Vamos fazer de conta que sentes a minha falta quando não estou, vamos fingir que sentes a minha ausência presente mesmo quando estou contigo. Sejamos eternos neste momento finito que nos embrulha com carinho e nos dá esperança. Quero-te mais do que imaginas, mais do que eu próprio consigo sonhar quando durmo. Porque dormir é pouco, sonhar contigo é subvalorizar a tua pessoa, é achar que o universo sonhado é suficiente para te abarcar em toda a tua dimensão e beleza. És muito mais do que isso, és infinita e os meus sonhos, mais cedo ou mais tarde, acabam. Podem voltar, e voltam, garanto-te disso, mas em jeito de pequenos finitos que envergonham a realidade de que és feita e a copiam à descarada. És uma constante absoluta dentro do meu pequeno e humilde universo que se construiu em teu redor. Mais, não és só isso, és o próprio universo para onde me mudei e comecei a viver. Continua a abraça-me, nada mais é agora mais importante do que os teus braços a agarrarem-me com vontade de desejo. Diz-me ao ouvido, em segredo mútuo, que me queres para sempre. Não faz mal que esse sempre dure apenas quanto durar este abraço, o que me interessa é me desejes querer para sempre. A tua vontade é que eu quero seja grande e muito maior do que nós.
- Amo-te! - confesso-te em desabafo.
- O quê?
- Soei-te muito dramático? Infantil talvez?
- Não, de todo. Apenas não estava à espera.
- E então?
- Então nada, fizeste uma afirmação, não uma pergunta.
- Nesse caso, deixa-me perguntar-te: amo-te?
- Diz-me tu, amas-me?
- O que para ti é amar alguém?
- Amar é preocupação, é sentir falta, é precisar, é partilha e companhia. É confiança, respeito, amizade, é um não haver segredos constante, é conversa, é brincadeira. É sê-lo sempre.
- Concordo, mas só isso?
- Achas pouco?
- Eu acho muito pouco, o que sinto por ti faz-me sentir muito mais para além do que mencionaste.
- Ai é? Que tipo de coisas então, conta lá.
- É segredo.
- Agora já há segredos entre nós? Qual foi a parte de "não haver segredos" que não compreendeste e com a qual concordaste?
- Tens razão. O segredo és tu.
- Eu, como assim?
- Tu és o segredo do amor que sinto por ti.
A cor rosada da tua face brota com uma intensidade anormal. Toco-te. Ferves ao toque e ao olhar. Está na hora de nos despedirmos. Não quero mas tem que ser. Ficou frio de repente. Promete que nos voltamos a abraçar amanhã. Promete-me isso.
Até amanhã!
Amo-te.
quarta-feira, março 13, 2013
Revisited #1
Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Já te disse isto hoje? E ontem, contei-te? Perco-me na minha própria repetibilidade sistemática, onde procuro arranjar maneira de te contar ...
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Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Pergunta-me se ainda és o meu fogo se acendes ainda o minuto de cinza se despertas a ave magoada que se queda na árvore do meu sangue Pe...