No fundo do copo avisto,
As últimas gotas do meu saber,
Sei que vou pedir mais disto
Para continuar a beber;
Encharco-me de sono
E de confiança também,
Gasto mais um troco
Que me deu minha mãe;
Vindo até mim o empregado,
Trazendo-me o pedido e afirmando:
“O Sr. já está embriagado!”;
Respondo eu: “Não estou, vou estando!”;
Nos delírios sonâmbulos,
Sou um náufrago na bebida
Quero, posso, mando-os
Para o mais fundo da minha vida;
Evaporam-se as tormentas arreliantes,
Pelos arrotos saiem disparadas,
Bafo alcoólico, pesado, intoxicante
Por minhas mãos são abafadas;
Ui! Tanto que já bebi
Tanto que gastei
Só desejo sair daqui
Arrependo-me do que não sei;
Pago o último desejo
Que no bucho vai a nado
Só para rimar: azulejo
E ontem comi um panado
Entre Coelhinho da Páscoa e Pai Natal
As diferenças não são assim tão grandes
Agora entre homem e macaco
Por favor, não te enganes;
Fugindo ao tema começado
Com que iniciei este poema
Termino agora, todo borraxo
Completo, de cima a baixo
Vou estrelar agora um ovo,
Só para poder escrever “gema”
segunda-feira, março 19, 2007
Revisited #1
Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Já te disse isto hoje? E ontem, contei-te? Perco-me na minha própria repetibilidade sistemática, onde procuro arranjar maneira de te contar ...
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Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Pergunta-me se ainda és o meu fogo se acendes ainda o minuto de cinza se despertas a ave magoada que se queda na árvore do meu sangue Pe...