segunda-feira, fevereiro 11, 2013
Longe
Quero sentir-te, aqui e agora, sempre. Como hoje, como ontem, como amanhã, como nunca te senti. Quero ver-te em todo o lado, quero pensar-te em qualquer altura. Preciso de ti, quero-te, quero-te muito. Não obstante e insatisfeito com a finitude desse meu capricho, desejo desejar este desejo continuado de te querer. Isso é fácil, não custa. Difícil é esquecer-te. Árduo é não depender de ti. Mas para quê essa liberdade? Não quero! Fico contigo, eternamente agarrado a ti, como um fungo que se alastra velozmente pelos poros suaves da tua pele. É desta relação parasita que vivo de ti, que me alimento de tudo quanto és, deliciando-me com a tua essência pura, bondosa, fantástica! Peco pela gula que me incrimina descaradamente e sem vergonha. Não escondo, assumo a minha culpa. Faz-me o teu prisioneiro servente, leva-me contigo. O meu castigo? Esse materializa-se em todos estes momentos infindáveis nos quais não te tenho perto de mim, para te sentir com a proximidade de todos os meus sentidos esfomeados e descontroladamente alarves. É em momentos como estes que, sentindo-te à distância em cinzas inflamada pelo tempo que corre apressado, escrevo para ti, sobre ti. Sobre o estado em que fico em função da tua ausência deliberada e ingénua. Não te apercebes, mas apercebo-me eu. O que sinto por ti não termina, não do meu infantil ponto de vista enviesado. Não, não lhe miro o fim. É nessa eternidade amena que aguardo por uma oportunidade, um espaço vazio que eu possa ocupar, mesmo que à justa e sem conforto. Sou vontade e desejo etéreos, mas maciços, que desejam existir em ti. Nada tenho, nada posso perder. Para quê? Não sei. Somente sei que é, assim, que eu espero por ti...
Revisited #1
Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Já te disse isto hoje? E ontem, contei-te? Perco-me na minha própria repetibilidade sistemática, onde procuro arranjar maneira de te contar ...
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Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Pergunta-me se ainda és o meu fogo se acendes ainda o minuto de cinza se despertas a ave magoada que se queda na árvore do meu sangue Pe...