Era de esperar, não era? Claro que sim. Na imensidão dos olhares alheios, é essa busca de conforto e receptividade que esperamos encontrar nos outros, que eu já não procuro em ti. Tento equilibrar-me sozinho, com esforço admito-o, sem ti como ponto de apoio e sem o teu brilho para me iluminar o caminho. Apercebo-me que não preciso mais de ti, exceptuando a inspiração que de ti brota e me enriquece a mente com palavras confusamente baralhadas. Tento, a todo custo, organizar-las em pequenas frases que façam sentido e jus ao que sinto. No final, é no julgamento da razão que tudo retrocede. Todo o esforço lógico, toda a emoção e sentimentalismo que imprimi nas palavras, à luz deste novo juiz, são incriminadas pela ausência de estrutura, coerência e, acima de tudo, pelo seu colorido abstracto e pujante. É como réu que vejo tudo isto a acontecer diante de mim. Não há culpa, há o caos ordenado que afunila em mim e me ataca como uma besta enraivecida. Sangrando em lágrimas, saio deste tribunal vencido, mas não convencido...
terça-feira, janeiro 29, 2013
Revisited #1
Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Já te disse isto hoje? E ontem, contei-te? Perco-me na minha própria repetibilidade sistemática, onde procuro arranjar maneira de te contar ...
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Não te vi mais, mas sinto-te todos os dias no alto-relevo da tatuagem que esculpiste em mim. Não há dor nem cor. Há-te. Tu hás em mim em f...
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Pergunta-me se ainda és o meu fogo se acendes ainda o minuto de cinza se despertas a ave magoada que se queda na árvore do meu sangue Pe...